sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Milho: Preços precisam superar picos de 2008 para segurar demanda


A consultoria Macquarie disse nesta sexta-feira que os preços do milho precisam subir ainda mais, ficando acima dos picos registrado em 2008. A necessidade surge frente a um cenário de os estoques apertados quase incapazes de atender a demanda recorde, liderada pelos consumo de alimentos na Ásia e pela produção de etanol a base do cereal nos Estados Unidos.

Em meio a um ano em que o aumento nos custos dos alimentos refletindo as ajustadas reservas mundiais promove a volta do que os bancos chamam de "agflation", a Macquarie afirma que sua expectativa é de que o milho lidere a carga de cotações em alta no mercado mundial de grãos. Os preços do milho devem superar as altas de 2008 com o intuito de promover um racionamento na demanda em uma escala sem precedentes desde a temporada 1995/96.

O estimado é de que os valores do milho alcancem os US$7,50 bushel no segundo trimestre do ano, que foi o maior patamar alcançado em 2008, e ficar próximo dos US$6/bushel em 2012, com os produtores se esforçando para recompor os estoques, com uma maior oferta pressionando o mercado.

"A combinação da crescente demanda da Ásia por alimentos e mais a produção recorde de etanol nos EUA está superando a capacidade da produção mundial de milho", informou a consultoria, que estima ainda que os estoques podem estar ainda menores do que os números reportados pelo USDA.

Essa previsão vem depois do Conselho Internacional de Grãos ter reduzido, nesta quinta-feira, sua estimativa para a produção mundial de milho para 809 milhões de toneladas. Para o uso industrial, devido principalmente ao aumento da produção de etanol nos EUA, a previsão da Macquarie é de 231 milhões de toneladas - um aumento de 3 milhões de toneladas. Isso reduz os estoques norte-americanos a menos da metade da última safra, ficando em 19 milhões de toneladas.